sábado, agosto 14, 2010

Parafuso

Ontem eu era bonita, alegre, amada e acreditava em contos de fada, mas a vida, com um só sopro, levou-me para longe de tudo que eu fui, arrastou a minha cara por uma longa e estranha estrada de terra batida. Ficou difícil me olhar no espelho e não sentir pena de mim mesma.

Talvez eu mereça cada arranhão, cada ferida, mas ainda assim é difícil aceitar que, de repente, tenham levado tudo de bom que eu tinha. Não, não é justo! Dor, é tudo que eu sinto, é tudo que eu não quero mais sentir. Faz passar, doutor? Ah! Não tem remédio pra isso, né?! Mas e aquele tal de chumbinho que eu ouvi falar? Dizem por aí que é rapidinho, anestésico mais rápido e eficiente não há. Uhm, o senhor não pode receitar nada para curar a alma, né?

Então, vou ficar aqui, quieta no meu canto, onde ninguém possa me ver e deixar a dor sangrar até secar.

Naná Bia

1 comentário:

Matheus disse...

vc, o Thiago e seus blogs depressivos... =^P